domingo, 13 de abril de 2014

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014

FOI PARA LIBERDADE QUE CRISTO NOS LIBERTOU


O Brasil viveu uma experiência de escravidão que marcou sua história e deixou todo um País com grandes sequelas de racismo. O ser humano desrespeitado, ferido na sua dignidade e liberdade. Foram tempos difíceis para os negros: muitas famílias divididas, separadas a força em nome de um lucro infernal e desumano. Foram necessários séculos para que a escravidão de negros e índios fosse formalmente proibida.
Ainda não distante deste sofrimento nos deparamos com o tráfico de pessoas que é uma forma de escravidão moderna, uma violação dos Direitos Humanos que constitui um crime contra a dignidade humana e contra a segurança do Estado, além de ser uma das formas mais brutais de violência exercida sobre mulheres.
O Papa Francisco se expressou sobre a questão muitas vezes. No último dia 12 de dezembro de 2013 em discurso a embaixadores, definiu o fenômeno como “um crime contra a humanidade”.
Em novembro de 2013, o Pontífice promoveu, por meio da Pontifícia Academia das Ciências, um congresso sobre o tema, com a colaboração das Associações médicos-católicos de todo mundo (Fonte: Rádio Vaticano).
O tempo da Quaresma é o tempo forte à conversão e à mudança de vida. Para nós, no Brasil, temos a Campanha da Fraternidade, refletindo sobre o tema: “Fraternidade e tráfico humano” e sobre o lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Ela lança sementes para a construção de uma sociedade fraterna e solidária.
Aos poucos, vai se mostrando a realidade cruel e vergonhosa do comércio de seres humanos para as mais diversas finalidades, como o trabalho escravo, o entretenimento, a exploração sexual, a adoção ilegal, a comercialização de órgãos, entre outras. As vítimas, geralmente, são atraídas por promessas de trabalho e emprego, boas condições de vida em outras cidades ou países. Pessoas que buscam sair de situações difíceis para encontrar um pouco de serenidade e de paz; um lugar melhor para si e para as suas famílias, mas não encontra compreensão, acolhida, solidariedade!
Foi um desafio pertinente da CNBB, tornar público uma situação de escravidão silenciosa. Segundo publicação da Diocese e Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, no dia 14 de março deste ano, o tráfico humano envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores e lavagem de dinheiro. Há rotas nacionais e transnacionais de tráfico de pessoas. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste. Cabe ressaltar que nenhuma cidade está livre dessa prática.
Um crime invisível e silencioso, seu enfrentamento é difícil; as vítimas geralmente não denunciam, uma vez que elas passam a viver em situação de risco e de constrangimento. Além da vulnerabilidade social e econômica, elas têm sua dignidade degradada.
O cristão é convidado a ser profeta: Isso envolve o anúncio do evangelho, o engrandecimento do Reino de Deus por meio da palavra e de AÇÕES concretas como de mobilização denunciando todo tipo de injustiça.
Jesus espera que façamos a nossa parte como missionários. Não podemos fechar os olhos a essa realidade. Esses assuntos precisam ser comentados em escolas, congressos, emissoras de TV e em todos os meios de comunicação que tivermos a nossa disposição.
A semente foi lançada na terra pela CNBB. O cuidado para o seu desenvolvimento depende de todo cristão batizado: comente sobre o assunto no seu espaço de bate papo. Coloque-se contra o tráfico humano, comente na roda de amigos, de colegas em sala de aula, nas faculdades e universidades. Apresente-se. Seja católico, seja cristão.


José Carlos Gomes

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